domingo, 27 de novembro de 2011

A grande serpente Apófis

NA SUA PASSAGEM PELO REINO DAS SOMBRAS, à noite, o deus-Sol enfrentava vários adversários, dentre os quais os mais perigosos eram as serpentes. O demônio líder de todos eles era a grande serpente Apófis (em egípcio Apep ou Aapep), retratada aqui em um relevo pintado do túmulo do faraó Seti I (c. 1306 a 1290 a.C.). Não existem evidências da existência dessa divindade antes do Império Médio (c. 2040 a 1640 a.C.), mas posteriormente, nos textos funerários, ela é normalmente descrita como uma longa serpente e às vezes se diz que é dotada de espiras firmemente comprimidas, como se fosse uma mola, para enfatizar seu enorme tamanho. Alguns textos a descrevem como tendo mais de 16 metros de comprimento, com a primeira seção de seu corpo feito de pederneira. Ela era uma das serpentes que habitava o Nilo celeste e surgia do fundo das águas para atacar o deus-Sol e fazer sua barca soçobrar. Conseqüentemente, era uma constante ameaça à própria estabilidade
do cosmos.
NAS ILUSTRAÇÕES APÓFIS NORMALMENTE È MOSTRADO sendo contido, desmembrado ou no processo de ser destruído, freqüentemente por meio de inúmeras facas. Na tumba de Ramsés VI (c. 1151 a 1136 a.C.), no Vale dos Reis, o monstro aparece com 12 cabeças sobre seu dorso, representando aqueles que ele engoliu e que são libertados, embora que apenas por breves momentos, quando ele é derrotado. Depois que o barco de consegue passar pela cobra, as cabeças estão destinadas a voltar para dentro do corpo do monstro, até serem libertadas novamente, só por um breve instante, na noite seguinte.
EXISTEM AINDA cenas de caráter diferente estampadas em tumbas e papiros funerários nas quais Rá ou Hátor se apresentam sob a forma de felinos para matar a serpente, cortando-a com uma faca. Nesta pintura de um túmulo tebano que vemos ao lado, por exemplo, um gato, que na realidade é o próprio Rá, brandindo uma faca, domina a demoníaca serpente junto a uma árvore sagrada. Em algumas cenas dos templos de Dendera, Deir el-Bahari, Luxor e Philae a serpente também é retratada simbolicamente. Nesses casos o faraó golpeia um objeto circular semelhante a uma bola, que representa o olho mau de Apófis.
DEUS DO MAL, ERA ASSOCIADO A VÁRIOS EVENTOS naturais assustadores como a escuridão inexplicavel de um eclipse solar, tempestades e terremotos. Conhecido como o Destruidor, tentava persistentemente atingir seu objetivo. O ataque desse monstro ao deus-Sol acontecia, segundo os relatos egípcios, a cada manhã, quando a barca solar estava prestes a emergir para a luz e, então, os aterradores rugidos da fera ecoavam na escuridão. Os artifícios que a serpente usava para impedir a passagem do barco eram as próprias ondulações do seu corpo, que são descritas como bancos de areia, ou ainda beber as águas do rio do mundo subterrâneo para fazer com que o barco de Rá encalhasse. A hipnose também é uma de suas armas, pois em algumas versões do mito Apófis hipnotiza Rá e todo o séquito que viaja com ele.
EMBORA SETH TAMBÉM SEJA UM DEUS DO MAL, nesse caso ele atua como divindade protetora e, em alguns textos, se diz que foi o proprio Rá que o convocou para derrotar a serpente. O papel original de Seth era batalhar contra Apófis e impedi-lo de destruir a embarcação. Resistindo inclusive ao olhar fixo mortal da serpente e não se deixando hipnotizar, Seth finalmente derrota o gigantesco animal quando, da proa do barco solar, o trespassa com uma grande lança. Ocasionalmente a entidade malévola teria sucesso e o mundo seria mergulhado em trevas, idéia que pode querer refletir a ocorrência de um eclipse solar. Mas mesmo nesses casos o deus Seth e seu companheiro Mehen, outra deidade em forma de serpente, sairiam vencedores, pois fariam um buraco na barriga de Apófis para permitir que o barco solar escapasse.

Lenda de Dédalo e Ícaro

DaedalusIcarusSokolovÍcaro era filho de Dédalo, um dos homens mais criativos e habilidosos de Atenas.
Um dos maiores feitos de Dédalo foi o labirinto do palácio do rei Minos de Creta, onde se escondia o Minotauro.
Por ter ajudado Ariadne, a filha de Minos a fugir com Teseu, Dédalo provocou a ira do rei que, como punição, ordenou que Dédalo e seu filho fossem jogados no labirinto.
Dédalo sabia que sua prisão era intransponível, e que Minos controlava mar e terra, sendo impossível escapar por estes meios.
- Minos controla a terra e o mar, teria dito Dédalo.
- Mas não as regiões do ar. Tentarei este meio.
Dédalo projetou asas, juntando penas de aves de vários tamanhos, amarrando-as com fios e fixando-as com cera, para que não se descolassem.
Foi moldando com as mãos e com ajuda de Ícaro, de forma que as asas se tornassem perfeitas como as das aves.
Estando o trabalho pronto, o artista, agitando suas asas, se viu suspenso no ar.
Equipou seu filho e o ensinou a voar.
Queda de Ícaro - RubensEntão, antes do vôo final, advertiu seu filho de que deveriam voar a uma altura média, nem tão próximo ao Sol, para que o calor não derretesse a cera que colava as penas, nem tão baixo, para que o mar não pudesse molhá-las.
Dédalo levantou vôo e foi seguido por Ícaro.
Eles primeiramente se sentiram como deuses que haviam dominado o ar.
Ícaro deslumbrou-se com a bela imagem do Sol e, sentindo-se atraído, voou em sua direção esquecendo-se das orientações de seu pai, talvez inebriado pela sensação de liberdade e poder.
A cera de suas asas começou rapidamente a derreter e logo caiu no mar.

LamentForIcarusDraperQuando  Dédalo notou que seu filho não o acompanhava mais, gritou:
- Ícaro, Ícaro, onde você está?
Logo depois, viu as penas das asas de Ícaro flutuando no mar.
Lamentando suas próprias habilidades, enterrou o corpo numa ilha e chamou-a de Icaria em memória a seu filho.
Chegou seguro à Sicília, onde construiu um templo a Apolo, deixando suas asas como oferenda.

A história de Narciso

A ninfa Liríope passeava tranqüila junto ao rio Cefiso, em cujas margens ninfa alguma podia passar incólume, quando subitamente o rio a enlaçou, e a ela se uniu. Dessa união indesejável nasceu Narciso.
Narciso de Michelangelo Caravaggio
Ao nascer a criança, porém, a mãe rejubilou-se pois era um menino dotado de imensa formosura que certamente seria amado por mortais e imortais. Liríope consultou então o cego adivinho Tirésias para saber o futuro da criança. O sábio respondeu que viveria muitos anos se ele não se conhecesse. O rapaz foi alvo de inúmeras paixões mas permanecia insensível ao amor.
Eco, ninfa das montanhas, que tinha sido privada da fala por Hera e condenada a repetir as últimas sílabas das palavras, apaixonou-se pelo rapaz mas como não podia declarar-lhe seu amor se limitava a seguí-lo. Como Narciso a desprezasse, a ninfa, cheia de tristeza, começou a definhar até que um dia morreu. Nêmesis, deusa da Justiça, foi chamada pelas demais ninfas, que revoltadas clamavam por punição para a frieza do rapaz. A deusa condenou Narciso a viver um amor impossível.
E foi para cumprir-se a maldição que certo dia, ao se aproximar da fonte de Tespias para se refrescar, o belo rapaz viu sua imagem refletida nas águas. Seduzido por sua própria beleza, apaixonou-se por si próprio, permaneceu ali até morrer. Quando foram em busca do rapaz encontraram tão somente uma singela flor à beira da fonte: um narciso.

Orfeu e Eurídice

Orfeu era filho do deus Apolo e da ninfa Calíope; da figura paterna ele herda uma lira que, uma vez tocada por suas mãos, revela um canto tão primoroso que nada nem ninguém consegue se manter imune a sua magia. Até as feras mais selvagens amenizavam sua ira diante das notas extraídas deste instrumento, que praticamente as hipnotizava. Mesmo os arbustos cediam aos seus encantos.
O deus dos matrimônios, Himeneu, consagrou o amor de Orfeu e Eurídice, mas não foi capaz de trazer boa sorte a este relacionamento. Uma atmosfera de presságios inundou esta união desde o início, o que se concretizou quando a jovem, pouco depois, foi assediada por Aristeu, por sua intensa beleza. Ao escapar de sua perseguição, ela esbarrou em uma serpente e foi picada pelo réptil, o que provocou sua morte.
Incapaz de aceitar este fato, Orfeu declara sua tristeza a mortais e imortais, mas, nada obtendo, vai atrás de sua amada no Inferno. Aí o amante, tocando sua lira, leva Caronte a guiá-lo pelo mundo sombrio dos mortos, ao longo do Rio Estige; entorpece Cérbero, o guardião das portas infernais; seu doce lamento ameniza as torturas das almas aí exiladas; e, diante de Hades, arranca lágrimas do próprio soberano dos desprovidos de vida, o qual, diante dos apelos da esposa Perséfone, permite que Orfeu atravesse os umbrais desta região para buscar Eurídice, mas impõe uma cláusula ao seu contrato verbal.
A jovem retornaria com Orfeu ao universo dos vivos, desde que o amante não olhasse para sua amada até estar novamente sob o Sol. Ele consegue resistir através de túneis sombrios e difíceis de atravessar, e já estava quase chegando à esfera iluminada quando, para ter certeza de que a esposa estava logo atrás, espia por um instante a parte final do caminho. Neste momento, Eurídice se transforma novamente em um espectro, lança um último grito e parte para a esfera dos mortos.
Orfeu é impedido de acompanhar a esposa e se desespera, permanecendo sete dias ao lado do lago, em jejum. Ele se converte em um ser devorado pela angústia e rejeita as outras jovens; tenta sem sucesso esquecer sua grande perda. Cansadas de serem menosprezadas, as Mênades, mulheres furiosas, cortam seu corpo em pedaços e lançam sua cabeça no Rio Hebrus.
As nove musas se compadecem de Orfeu e juntam seus fragmentos, sepultando-os no Monte Olimpo. Agora no reino dos mortos, o amante se reúne a Eurídice. No local em que jaz seu corpo, afirmam que os rouxinóis entoam seu canto de uma forma mais suave. As assassinas são punidas pelos deuses, transformando-se em sólidos carvalhos.

sábado, 26 de novembro de 2011

Os Sátiros

Os sátiros eram divindades da natureza (bosques e campos) com aparência da cintura para baixo de bode e da cinstura pra cima homem, possuindo 2 chifres na cabeça. Normalmente têm os órgãos sexuais maiores que o normal. São conhecidos por terem frequentemente relações sexuais com as ninfas, além de copularem com mulheres e rapazes humanos, cabras e ovelhas. Mas no geral, de acordo com alguns estudos são considerados seres de bem com  a vida e que vivem para se divertir.

Monte Olimpo


O Monte Olimpo era o palácio de Zeus e também o local onde os deuses se reuniam para se “alimentar” da comida divina: néctar e ambrosia, servidos por Hebe (deusa da juventude). Cada deus tinha sua própria morada (exemplo: Posêidon – profundezas do mar), porém, quando convocados, os deuses compareciam ao Monte Olimpo, para discutir assuntos sobre o céu e a terra. Este localiza-se na montanha mais alta da Grécia.

Monte Olimpo

Na mitologia grega, o Monte Olimpo é a morada dos deuses olimpianos, os principais deuses do panteão grego. Os gregos pensavam nisto como uma cidade de cristais que estes deuses (como Zeus) - habitavam. Sabe-se também, na mitologia grega, que, quando Gaia deu origem aos titãs, eles fizeram das montanhas gregas, inclusive as do Monte Olimpo, seus tronos, pois eram tão grandes que mal cabiam na crosta terrestre. A etimologia de Olimpo é desconhecida, mas possui grandes traços de semelhança com a cultura pré-indo-europeia.